O Fazer Falso.
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Exposição comissariada por Miguel Von Hafe Perez, com a participação de Ana Catarina Fragoso // António Olaio // Fernando José Pereira // Guillaume Vieira // José Almeida Pereira // Luis Alegre // Marta Alvim // Miguel Palma // Pedro dos Reis.
O fazer falso
Agora todos são empreendedores. E criativos. Se trabalham no sector cultural, são cooptados para as indústrias culturais. Termo infeliz que traduz uma infeliz confusão reinante numa sociedade entregue a princípios de eficácia e rentabilidade. E são medidos, avaliados, dão-lhes prémios ou retiram-lhes direitos ou são dispensados conforme tabelas e estudos elaborados, isso sim, por verdadeiros pantomineiros do marketing cultural e disciplinas afins.
O fazer fica entregue às premissas de conformidade sectária, ensina-se o fazer para reproduzir-se em saber fazer bem comportado e facilmente classificável. O sound bite e a imagem na rede importam mais que os discursos que deles poderiam ou deveriam emanar.
A conquista de espaço para a arte parece cada vez mais um peditório em que se justifica a sua premência como a de uma instituição de solidariedade social. Enquanto não se afirmar a sua absoluta centralidade no devir contemporâneo, nunca deixará de ser olhada com desdém e oportunismo pela maioria dos seus potenciais fruidores (porque assim ensinados; atente-se para a abismal diferença constatável naqueles contextos em que o ensino artístico é obrigatório e continuado).
O fazer falso. Resistência poética ao fazer instrumental. Persistência no vínculo ao silêncio produtivo da criação, ao vazio instaurado a partir das palavras, formas e ideias que são terreno para ancoragem civilizacional.
Faça-se, como neste caso, a partir da necessidade de criar. Que se queira partilhar essa necessidade com terceiros é um acto de sanidade mental. Contra o enclausuramento medíocre para o qual nos querem remeter. Antes a nossa falsidade do que a sua verdade.
Miguel von Hafe Pérez
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Exposição comissariada por Miguel Von Hafe Perez, com a participação de Ana Catarina Fragoso // António Olaio // Fernando José Pereira // Guillaume Vieira // José Almeida Pereira // Luis Alegre // Marta Alvim // Miguel Palma // Pedro dos Reis.
O fazer falso
Agora todos são empreendedores. E criativos. Se trabalham no sector cultural, são cooptados para as indústrias culturais. Termo infeliz que traduz uma infeliz confusão reinante numa sociedade entregue a princípios de eficácia e rentabilidade. E são medidos, avaliados, dão-lhes prémios ou retiram-lhes direitos ou são dispensados conforme tabelas e estudos elaborados, isso sim, por verdadeiros pantomineiros do marketing cultural e disciplinas afins.
O fazer fica entregue às premissas de conformidade sectária, ensina-se o fazer para reproduzir-se em saber fazer bem comportado e facilmente classificável. O sound bite e a imagem na rede importam mais que os discursos que deles poderiam ou deveriam emanar.
A conquista de espaço para a arte parece cada vez mais um peditório em que se justifica a sua premência como a de uma instituição de solidariedade social. Enquanto não se afirmar a sua absoluta centralidade no devir contemporâneo, nunca deixará de ser olhada com desdém e oportunismo pela maioria dos seus potenciais fruidores (porque assim ensinados; atente-se para a abismal diferença constatável naqueles contextos em que o ensino artístico é obrigatório e continuado).
O fazer falso. Resistência poética ao fazer instrumental. Persistência no vínculo ao silêncio produtivo da criação, ao vazio instaurado a partir das palavras, formas e ideias que são terreno para ancoragem civilizacional.
Faça-se, como neste caso, a partir da necessidade de criar. Que se queira partilhar essa necessidade com terceiros é um acto de sanidade mental. Contra o enclausuramento medíocre para o qual nos querem remeter. Antes a nossa falsidade do que a sua verdade.
Miguel von Hafe Pérez